Paternidade presente


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Estudos demonstram que filhos que tiveram seus pais presentes tem mais facilidade no processo de socialização, maior segurança para se posicionar diante de tomadas de decisão, tem melhores resultados no processo de aprendizagem.

Mas o que é ser um pai presente?

Uma resposta comum a essa pergunta seria dizer que é conseguir estar fisicamente participando da vida e até da rotina de seu filho. Ou talvez possamos dizer também sobre ter momentos de qualidade com os filhos, ainda que sejam poucos.

E para aqueles que tem algum impedimento real para participar de qualquer atividade rotineira de seu filho, como acontece, por exemplo, com aqueles que em razão de sua função podem até chegar a ficar vários dias fora de casa? Ou aqueles pais que se desencontram dos horários de dormir das crianças e isso acaba por significar uma presença muito restrita na vida delas? E os pais divorciados que tem permissão para estar com seus filhos em dias e intervalos definidos por um juiz? Será que esses pais sempre deixarão a marca da ausência na vida dos filhos?

Eu afirmo que não, necessariamente! A presença física é muito importante, mas a presença afetiva é o que vai fazer a diferença na vida desta criança, ao ponto de termos pais que mesmo participando fisicamente deixam uma marca de abandono no psiquismo de seus filhos.

Estar presente é mostrar que se importa, é fazer questão de saber o que está se passando no dia a dia do filho e até daquilo que perdeu a oportunidade de participar – as festas na escola, as reuniões pedagógicas, os aniversários... é exercer seu papel do jeito que dá, nunca delegando, nunca arrumando desculpas para sua ausência. Às vezes uma chamada de vídeo, uma mensagem de zap, um bilhete deixado ao lado da cama – que seja para deixar tarefas, chamar a atenção, qualquer coisa que mostre para esse filho que ele é importante para o pai que tem. Isso fará toda a diferença!

Eu tive um chefe com quem eu aprendia todo dia e ele falava uma frase que me marcou muito. Ele dizia: “filho da gente tem que saber que ele tem dono, porque senão o traficante vai adota-lo”. E, as vezes, mostrar pro filho que ele tem dono é negar pedidos, questionar atitudes, discordar do pensamento dele quando se sabe que ele está equivocado.

Portanto, paternidade presente significa uma paternidade que, de fato, cumpre sua função de orientar, impor limites, dar noção de autoridade e apresentar ao filho um mundo de possibilidades que existem fora do universo protegido da família. É empurrar para fora do ninho, mas prepara-lo antes para voar sozinho.

Mas mãe também não pode fazer isso? Pode! E também o avô, o tio, um amigo... mas aqui estamos falando de exercer a função paterna verdadeiramente. Porque tem pai que vai abrir mão de seu lugar e isso vai deixar um vazio que cada um vai tentar preencher do jeito que consegue: tem gente que vai buscar a figura paterna no pai da namorada e acaba se casando, mais pra ficar perto da família da namorada do que por causa dela; tem gente que busca num chefe e faz dele seu guru; tem gente que vira delinquente, infrator, e busca essa noção de limites na ação da polícia. O fato é que precisamos introjetar essa noção de que há algo acima de nós que nos determina, nos barra, nos mostra até onde podemos ir. Disso depende, inclusive nossa saúde mental.

Há várias formas de estar presente na vida de um filho, e em cada fase ele vai precisar de você de um jeito.  Que você, pai, possa aproveitar esse mês dedicado a você para refletir sobre qual tipo de pai seu filho está precisando neste momento!


@elienelima.psi


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